08 outubro 2007

Portefólio

Portefólio, queres tu dizer, ó Joseph! Vê se aprendes português definitivamente.
Abraço.

Carlos Serra

Portfeuille

Écoutez, a história da nations está no portfeuille dos dirigentes. Seria vraiment interessante se se pudesse ter accès a isso, voilà.
Amitiés.

Joseph Poisson

Estamos juntos!

Será sempre fascinante para mim estudar as lógicas pelas quais catalogamos a vida e lhe damos mais ou menos mielina, mais ou menos emoção, mais ou menos sentido, mais ou menos paixão, consoante os arúspices da boa vontade. Prossigamos, irmãos, camaradas!
Estamos juntos.

Carlos Serra

07 outubro 2007

Os ZANUistas

Olá!
Não é por eu ser negra que vou defender o Gorane com as suas teorias negras.
O socialismo de Mugabe é apenas uma maneira de enriquecimento dos ZANUistas. E vejam como o comandante lá do exército deles disse há tempos que nunca permitiria que outro partido que não a ZANU governasse o país. Claro, está em causa a sobrevivência dos que saboreiam o fruto da luta. E que querem continuar a saborear indefinidamente.
Não sabemos gerir uma agricultura como faziam os farmeiros. Se não sabemos, deixemos gerir quem sabe. Não é problema de cor: é problema de competência.
Nós, aqui na SADC, deveríamos ser firmes e penalizar o governo de Mugabe. Mas nada fazemos, pois somos todos camaradas presos em nossos laços históricos de protecção de privilégios.
Por hoje fico por aqui, mandando-vos um grande abraço deste lado do Zambeze.
Beijinhos também!

Sónia Ribeiro

Grosso erro populista

Boa tarde!
Creio que do ponto de vista histórico não há grandes erros naquilo que o Sr. Poisson e o Sr. Gorane escreveram com a alma. Mas naturalmente que o quadro do Sr. Gorane está muito racializado e por isso com erros.
Tenho para mim que problema central no Zimbabwe não tem a ver com a cor da pele mas com um grosso erro populista: refiro-me à decapitação da agricultura comercial a cargo dos farmeiros a que o Sr. Tivane chama brancos. Fossem negros, fossem amarelos, o problema central é que eles dispunham e dispõem de um considerável conhecimento de como trabalhar a terra construído em décadas. Na verdade, o Zimbabwe era quase o celeiro de África com eles. A leitura política populista do problema liquidou com a vitalidade da economia do país.
Na nossa Manica, por exemplo, veja-se como eles rapidamente criaram pólos de produção de leite, de queijo, de plantas, de muito boa qualidade.
Um forte abraço para todos.

Geraldo dos Santos

Terceiro Chimurenga

O Sr. não precisa de vir com o comunismo e com as sua teorias copiadas de um Marx mal lido para tentar convencer-me onde não é necessário nem é possível convencer-me. O problema do Zimbabwe tem unicamente a ver com o racismo de Europeus e Americanos. E estes dois não podem gabar-se de poderem dar lições de democracia, especialmente os segundos.
Está o Sr. peocupado com o facto de os negros enriquecerem? Os queria sempre pobres, sempre a implorar a esmola do branco? Pois deixe os Zimbabweanos enriquecerem e bem. Se nem todos podem enriquecer, isso é natural, em parte alguma do mundo todos são ricos. Se a ZANU está rica é porque merece estar rica, ganhou a guerra, foi a vencedora. Quanto aos outros, talvez chegue um dia o seu dia. E não me fale dos Nkomos e dos Muzorewas: estavam inevitavelmente ao serviço dos brancos, eram apenas seu cipaios. E, finalmente: Mugabe não é um tirano, é apenas mais um corajoso africano fazendo o terceiro Chimurenga para se opôr aos brancos colonialistas.
Os meus respeitosos cumprimentos.

Félix Gorane

Hélas M. Gorane, você est formidable!

Bonjour à tous!
Mes excuses por non ter respondido logo à M. Gorane.
Vamos lá então a ver si mon português ainda permite fazer-me comprendre.
Écoutez, M. Gorane: da histoire antiga pouco sei, mas da moderna ainda sei quelque coisa.
Logo que a ZANU chegou ao poder, uma das primeiras choses que fez foi decapitar as lideranças dos partidos rivaux. Você ainda se lembra du destin de Nkomo et Muzorewa? Você ainda se lembra do que os comrades de Mugabe fizeram aux Ndebeles? Pois esses, M. Gorane, não eram brancos, mas bien noirs como você.
Ao mesmo tempo, a ZANU pouco a pouco fez algumas coisas fundamentais para assegurar o domínio da élite vencedora: tomar conta de tudo o que era riqueza au Zimbabwe. Vá lá au Zimbabwe ver como vive essa élite, M. Gorane.
Depois a ZANU de M. Mugabe começou a atacar os farmeiros, aqueles que tinham assegurado que Zimbabwe fosse um dos maiores produtores de cereais de África com une agricultura maquinizada de ponta voilà. Et quem foram aqueles que foram colocados à substituir esses farmeiros? Comrades, chefes de guerrilha, l´élite. O resto era para servir de mão-de-obra barata, a nova carne para canhão. Mas tudo fracassou: gerir farms não é a mesmo chose que gerir metralhadoras dans la brousse.
Ao mesmo tempo, toda una guerre foi lançada contra o MDC de Tsvangirai. Une guerre violente, de quase destruição dessa force politique com o argument de que estavam ao serviço des Ingleses. C´est-à-dire: o MDC não podia estar au serviço da democracia, só podia estar ao serviço do Blair. Que palhaçada, M. Gorane!
Et puis l´élite precisava de estar mais protegida: daí a guerra sangrenta et destruidora contra os vendedores informais, destruição de casas, de postos de vente, de tout. Você ainda se lembra disso?
Et agora o Zimbabwe está em ruínas, mais de 3 milhões dos seus habitantes emigraram, l´inflação ultrapassa os 7.000%, lá agora a electricidade dura apenas 4 ou 5 horas por jour.
M. Gorane: quando les choses correm mal nos vossos países, fica toujours cómodo se rendre au passado, invocar o colonialismo et encher os blancs de pecados infernais sem cura. Um racisme com raça cómodo, bien sûr. Mais quand se trata de negros bem negros que também lutam como o MDC, vocês, os comrades, logo vocês dizem que eles estão ao serviço de interesses blancs tenebrosos. Quando estão a praticar o vosso racisme sem race contra a vossa gente noire como vocês, vocês logo chamam o racismo com raça e os espíritos dos blancs maldosos e racistas. Morbleu! Cabotins! Vocês são os primeiros racistas et depois querem que sejam os outros! Sacrebleu! Veja lá na África do Sul como vive l´ANC com as suas lois de empowerment noir enquanto le peuple está cada vez mais pobre!
Le problème, M. Gorane, est de savoir como la burguesia da ZANU mantém o poder et usa certas armas classiques para se manter au pouvoir. Le problème, M. Gorane, est que la exploração não tem raça.
La seule chose razoável consiste em analisar como a raça pode ser usada para fins politiques nos processos sem histoire de enriquecimento et pouvoir. Veja lá como maintenant le parlamento da ZANU decretou que em todas as empresas les comrades têm de ter a maioria des acções. É isso destinado a servir os pobres camponeses do Zimbabwe, tão pobres ou até mais pobres hoje do que no temps de Smith ou da BSAC? Claro que não.
Je suis arrivé ao fim pour le moment.
Amitiés à tous.

Joseph Poisson

06 outubro 2007

Sacrebleu

Sacrebleu, mon cher Gorane, o seu olfacto para a história é vraiment formidable, completemente genético. Dê-me algum temps para desmontar completamente o seu argument.
Amitiés.

Joseph Poisson
N.B. Volto logo que tiver cumprido aqui algumas obrigações com amis presentes.

Quadro demasiado negro...

Bem, meu caro Amigo Gorane, julgo que o seu quadro é demasiado negro...
Um muito forte abraço para todos.

Geraldo dos Santos

A história do Zimbabwe

Como prometido, aqui me tendes a fazer uma curta história do Zimbabwe e das razões que levam esse país a estar como está hoje.
O que se passa no Zimbabwe é para mim muito simples.
Durante décadas a British South Africa Company explorou o Zimbabwe, a antiga Rodésia do Sul. E ao fazê-lo vedou aos negros todas as possibilidades de ascensão, vedou-lhes mesmo todos os seculares caminho do comércio.
Depois veio a independência do tabaqueiro Smith, mas sempre e apenas uma independência de brancos zangados com os pais. Branca continuou a Rodésia do Sul, com os negros sempre colocados em posição servil. Um Smith com fortes laços com o colonialismo português.
Depois houve negros corajosos que disseram um dia que bastava o domínio branco e que importava lutar para libertar a pátria dos opressores brancos.
Assim surgiu a ZANU. Não irei falar de outros partidos fantoches, colonizados pelos brancos.
A luta fez-se, foi dura, mas teve êxito e a independência chegou finalmente e nos acordos de Lancaster House ficou decidido que as terras seriam dos negros um dia. Os Ingleses foram arrastando a coisa, os farmeiros brancos continuaram a ocupar 80% da terra arável mantendo os negros na servidão como antes, até que um dia Mugabe decidiu expropriar as terras que sempre foram nossas, dos negros.
Expropriadas as terras, os ocidentais vedaram, irritados, o acesso de tudo aquilo que permitiria aos farmeiros negros assegurar a agricultura comercial. Falo dos insumos, dos investimentos.
E hoje temos o Zimbabwe empobrecido não porque a política da ZANU esteja errada, não porque os farmeiros negros sejam incapazes, não porque Mugabe seja um fascista como propalam por aí os brancos, mas porque os brancos decidiram que os negros devem continuar sentados na soleira da porta e não dentro de casa. Hoje, pessoas como Blair e Gordon apenas continuam a ser proprietários do espírito da British South Africa Company.
Tenho dito.
Respeitosos cumprimentos.

Félix Gorane

Decidido: Zimbábué para discussão

Ok, fica decidido que o tema de debate é o Zimbábuè. E vamos aguardar o texto do Gorane. Cada um de nós tem a senha de entrada nas postagens do blogue e por isso tudo é fácil.
Aguardemos. Em frente, Gorane!

Carlos Serra

Zimbábuè sim

Vos cumprimento com imenso prazer.
Acho uma bela ideia discutirmos o que se passa de facto no Zimbábuè.
Forte abraço a todos.

Geraldo do Santos

Também estou aqui e aceito a proposta da Sónia

Boa noite a todos.
Bem, devo dizer que me concordo que discutamos o tema do Zimbabwe, um tema que os brancos gostam de explorar para dizer que nós, os pretos, não sabemos governar. Vou escrever uma coisa e já vos mando.
Cumprimentos.

Félix Gorane

Zimbabwe...

Olá a todos, também estou aqui. Tem razão, Carlos, cada um de nós tem de fazer a auto-crítoca, como se dizia nos tempos da revolução de Samora.
Olhem, meus queridos, aquilo ali no Zimbabwe anda muito confuso. Proponho-vos por isso que desenvolvamos esse tema. Pode ser?
Beijinhos a todos daqui desta Tete sempre quente.

Sónia Ribeiro

Moi...

Velho cabotin, moi je suis aqui.
Amitiés.

Joseph Poisson

Vocês...

Combinámos que nos falaríamos aqui regularmente, pediram-me para eu assumir a coordenação deste espaço. Assumi. E o que está a acontecer? O que está a acontecer é este imenso deserto, esta incrível ausência vossa. É feio o que estais a fazer. Aguardo.
Carlos