04 junho 2006

O que o Sr.Poisson esquece

Sr. Joseph Poisson

Não nego os escândalos que reinam na minha terra e em outros países africanos. Mas o Sr. também não pode negar a multiplicidade de escândalos, políticos e de muitas outras naturezas, que reinam no seu continente, mesmo aí na sua gaulesa terra.
Se me autoriza dizer a coisa de uma certa maneira: a roubalheira não tem pátria, não tem raça, é como uma natureza irredutível.
O problema, Sr. Poisson, consiste para vocês, europeus, em procurar sempre em nós compensações para uma arte na qual sois mestres: a da aleivosia do esquecimento deliberado.
E, já agora, também a da aleivosia de teorias supostamente científicas.
Lembro-me, por exemplo, de um livro do Patrick Chabal e do Jean-Pascal Daloz que criaram a fantástica teoria de que os Africanos criavam a desordem política como instrumento político deliberado para se manterem no poder e para tirarem réditos disso. Francamente!
Pense, Sr. Poisson, em tudo o que vocês fizeram ao nosso continente com o tráfico de escravos, nos milhões de seres que nos levaram, no desajuste social que nos causaram. Pensa nisso, Sr. Poisson?
Quanto aos chefes tradicionais, sim, eles continuam a ser um pilar fundamental para a nossa terra, são eles os guardiões dos valores mais queridos dos povos, são eles quem melhor conhece a sua história, o seu querer. Daí o fracasso dos “Grupos Dinamizadores” criados logo após a independência nacional, esses grupos políticos completamente estranhos às nossas tradições de gestão política e de resolução local de problemas.
Defendo que o futuro dos nossos países africanos passa necessariamente pela reactivação plena dos chefes tradicionais e pelo papel histórico dos nossos médicos tradicionais. Apenas eles compreendem os povos, apenas pelos povos são compreendidos. Tudo o que vier de fora é estranho, é uma autêntica metástase política.
Os meus cumprimentos.

Félix Gorane

2 Comments:

Anonymous Anónimo said...

é preciso nao esquecer que, antes porem houve comercio de escravos no proprio continente. Depois quem vendeu quem?
Ai, Ai

domingo, junho 04, 2006 5:08:00 da tarde  
Anonymous Anónimo said...

On sait que l’Egypte pharaonique, la grande « initiatrice » utilisa les captifs noirs au moins dès le troisième millénaire, et sans doute de maniéré plus importante à partir du Nouvel empire entre 1522 et 1070av. J.-C. Ils venaient du pays de Koush,(pour les egyptiens d'alors) dés régions du Haut Nil situés au-delà d’Assouan, notamment de Nubie, dans l’actuel Soudain. Du Darfour et de la Somalie. Les captifs noirs appartenaient au pharaon, aux grands et aux temples....

sexta-feira, junho 09, 2006 7:30:00 da tarde  

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