06 junho 2008

O nosso mau costume

Aqui estou eu, como vos tinha prometido, algo atrasado é verdade, mas enfim estou. Demorei mais tempo do que previa com os os meus dois clientes, mas vocês sabem bem quanto tempo perdemos nestas coisas do foro jurídico.
O que se passou na África do Sul tem, para mim, a clareza das coisas evidentes: foi uma força obscura, mas real, viva, uma força que vive ainda do espírito do apartheid e especialmente de Botha, quem agitou os nossos irmãos dos townships.
Estamos próximos das eleições e, de novo, era importante mostrar que os negros não sabem lidar com a democracia.
Mais: a ideia era a de mostrar ao mundo que os irmãos sul-africanos não estão preparados para receberem o mundial de 2010, que sem os brancos a governar o barco afunda.
Peguem no que se passou em 1994, juntem ao que agora se passou e verão que tudo se compreende.
Infelizmente, nós, os Africanos, temos o mau costume de nunca percebermos coisas como essas e de fazermos de nós próprios os bodes expiatórios, os culpados à mão.
Batemos e matamos irmãos com espírito servil, de sipaio cumpridor.
E por agora mais não disse.
Respeitosos cumprimentos.
Félix Gorane