16 junho 2006

Para o Sr. Gabriel Muthisse

Estimado Sr. Muthisse

Muito obrigado por todo o esforço que tem feito para nos ajudar a compreender melhor a vida humana aqui na nossa terra e em África em geral.
E perdoe todo este este atraso na resposta, coisas da vida, que quer.
Dê-me o prazer de lhe propor uma coisa não no sector dos comentários, mas aqui, no painel central.
Sobre, concretamente, o tráfico e já que estamos a usar a net, permita-me sugerir-lhe que faça uma busca no Google usando, por exemplo, as seguintes frases:

Traffic on human beings in Africa
Child traffic in Africa


Os meus melhores cumprimentos e apareça sempre, esta casa é sua.

Geraldo dos Santos

1 Comments:

Anonymous Anónimo said...

Prezado Sr. Gabriel Muthisse
Como é do conhecimento geral, Amartya Sen foi premio nobel da economia de 1998, os seus trabalhos inscrevem-se na grande tradiçao humanista da teoria economica da justiça. Contestando o enfoque das analises de crescicimento sobre o PNB Amartya Sen et M. ul Haq propoě que olhemos para o “desenvolvimento humano como um processo da escolha individual dos individuos(...) O desenvolvimento humano tem duas faces : a formaçao de capacidades humanas – tais como o melhoramento da saude, do saber, das competencias - e o uso que esses individuos possam fazer dessas capacidades- tanto no lazer, como nas actividades productivas ou nos negocios politicos sociais e culturais”.

Ora, o Sr G. Muthisse ao colocar, por duas vezes neste blog , as seguintes questoes: “Quem vende as crianças africanas para efeitos de escravatura? São os próprios pais? São os régulos? Quem as compra? Que economia africana se reproduz hoje com base no trabalho forcado de crianças traficadas?” está, obviamente, a fazer uso das suas capacidades humanas de forma interessante, pois relaciona numeros (quem vende/quem compra) com as capacidades dos individuos que nao podem desenvolver a sua escolha de vida – pois sao escravizados. Esta problematica, permita-me dizer-lhe Prezado Sr. Muthisse, é deveras interessante. Mas, lamentavelmente desconheço quais sao os fundamentos da dita problematica. Noutros termos, sua problematica deve ter um fundamento, o qual ignoro, mas respeito-o. Entretanto o que me aterroriza em seu comentario é a seguinte afirmaçao: “Repito, podemos estar a ser vitimas de uma monstruosa mistificação”. (seu comentario neste blog artigo fontes coloniais de F. Gorane e dialogo com cogitando (Paula Lemos)). Aterroriza-me de duas maneiras a primeira prende-se com o facto do prezado Muthisse estar a ecrever num blog que conta com centenas de leitores. Estes ultimos, podem acordar importancia ao que o Sr diz, nao porque no desenvolvimento da sua funçao o senhor tenha ido verificar as suas fontes, mas simplesmente por considerarem-no uma AUTORIDADE NA MATÉRIA. Assim sendo, passamos à segunda razao esses leitores podem apreender e reproduzir o que o Sr diz, a saber que A REPRODUÇAO DE ECONOMIAS AFRICANAS COM BASE NO TRABALHO FORÇADO DE CRIANÇAS TRAFICADAS É UMA MISTIFICAÇAO.
Ora,o que é uma mistificaçao? Segundo o dicionario da lingua portuguesa é o acto ou efeito de mistificar; logro, burla. Segundo o dicionario de Antropologia (Bonte-Izard), “os mitos sao récitas fundadoras que os membros de uma sociedade transmitem de geraçao em geraçao depois de tempos mto antigos. (...) o tempo ocupa uma posiçao capital na definiçao do mito, nao simplesmente porque ele legitima a partir do interior o discurso mitico como acto fundador, mas tambem porque ele joga um papel importante no processo de fabricaçao do mito enquanto objecto."
Se me permite com todo o respeito prezado Sr , coloco aqui a seguinte questao, pretendia o Sr dizer que a reproduçao de economias africanas com base no trabalho forçado de crianças traficadas é uma burla?
Atendendendo que o prezado Muthisse diz ainda “O trafico de mulheres para a escravatura sexual é uma pratica universal (...)do que encontrei das minhas visitas ao site do Prof. Carlos Serra só confirma que Moçambique e a África não estão fora desta realidade universal.” . Assim sendo, poderemos nós concluir que segundo Carlos Serra “o trafico de mulheres para a escravatura sexual nao é um mito ao contrario do “trabalho forcado de crianças traficadas”. Noutros termos, “o trafico de mulheres para a escravatura sexual e o mito do trabalho forcado de crianças traficadas sao universais” confirma Carlos Serra. Acresce ao facto que o Sr Gabriel Muthisse nao teve tempo para pesquisar os sites que lhe foram sugeridos pelo Sr Gorane. Pois respeitando o principio do espaço em que me encontro – uma agora aberta ao debate – com toda a humildade que me é caracteristica, apenas gostaria de chamar sua atençao para o facto de ao longo do tempo sua afirmaçao - “o trafico de mulheres para a escravatura sexual e o mito do trabalho forcado de crianças traficadas sao universais” – poder vir a ser legitimada. Induzindo assim o publico alvo em erro. Pois segundo Schopenhauer, “embora muitas vezes tenhamos razao, deixamo-nos confundir ou redarguir por uma argumentaçao falasiosa”

Saudaçoes cordiais

Iolanda Aguiar

quarta-feira, junho 21, 2006 7:48:00 da tarde  

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