18 junho 2006

Os teus pressupostos, Gorane!

Gorane: admiro, devo ser franca, o teu grande esforço para não te atemorizares com as mulheres “fortes” (que, de forma infeliz plasmaste nas lutadoras de luta-livre e nas alterofilistas, credo, coitado de ti!), com aquelas mulheres que um dia dizem chega, que dizem chega a pressuspostos como os teus e de tantos outros homens, da maioria de vós, afinal.
Dizes que nos masculinizamos quando lutamos pelos nossos direitos, pela nossa humanidade, perante vocês que apenas nos conhecem numa cama e nos filhos que vocês colocam nos nossos úteros no vosso incansável amantismo?
Nós não nos masculizamos, nome pelo qual te proteges contra os teus medos. Nós apenas nos humanizamos e assim fazendo, meu amigo, contribuímos para vos re-humanizar, sabes?
Deixa-nos ser, deixa-nos lutar, deixa-nos tornar melhor esta humanidade, livre das guerras e do sofrimento indizível que tendes causado século após século.
Quisesteis que sempre estivessemos na posição horizontal. Assusta-te agora que amemos estar na posição vertical! Pobre e frágil Gorane, como és patético!
E, já agora, deixa os teus processos judiciais e espreita o diário do Carlos Serra, vê lá o que está hoje escrito sobre a mutilização genital, essa maneira que vocês homens encontraram para nos humilhar e nos tirarem abjectamente o prazer que apenas vós quereis ter.
Mulheres de todo o mundo: unamo-nos! A paz está nas nossas mãos!

Cuida-te!
A todos, um abraço zambeziano!

Sónia Ribeiro