07 dezembro 2006

Maboazudas e poissonadas


Vou permitir-me responder aqui ao Sr. Joseph Poisson e à Sónia.

Para o Sr. Poisson
O Sr. Poisson é sempre igual a si próprio: faz do aburdo a sua lógica. Quem deu origem ao pai do Sr. Poisson? O avô e a avó. E quem deu origem ao avô e à avó? O bisavô e a bisavó. E por aí fora. Façamos o que fizermos, atrás do Sr. Poisson existe uma ascendência ilimitada, por geração espontânea. Circularidade diz o Sr. Poisson? Não: poissonaridade sim!
O mundo é demasiado pequeno para conter a inumerável progenitura poissonesca.
Não se apercebe o Sr. Poisson da aporia em que incorre? Não sabe o Sr. Poisson que o nascimento da terra é datável e que nós não pudemos ter nascido da terra?
Apenas alguém demasiado grande, demasiado belo, nos pode ter criado e, assim fazendo, permitido que pessoas como o Sr. Poisson se interroguem hoje sobre o absurdo.

Para a Sónia
Quanto às maboazuda do nosso Zico. Olha, Sónia, um colega de ofício escreveu de facto no Savana que do ponto de vista da nossa constituição a canção fere alguns artigos. Mas o problema não é a constituição, o problema é que Zico traduz o sentimento popular, seja de homens, seja de mulheres. Esta a real constituição, a do sentimento popular, se quisermos cingir-nos à música. Não é canção dançadas por milhares de mulheres e de homens? Quem te disse, Sónia, que de facto a letra vos fere a vós, mulheres? Por que razão tu e outros não tentam ler e sentir a canção do ponto de vista de uma forma brincalhona de render homenagem às mulheres? O que está Zico, no fim de contas, a dizer senão que ama todas as mulheres seja qual for a sua raça, a sua cor? Ou não quereis ser amadas?
Tenho dito.

Félix Gorane.